domingo, 1 de agosto de 2010

Limão


Limão, limoeiro, pomar, amor pela terra, simplicidade e cinema são coisas que me encantam. Por isso, fiquei triste quando, há alguns meses, não consegui assistir Lemon Tree, um filme de Eran Riklis. Antes de ontem, passei numa locadora, encontrei o filme em DVD e confesso que me emocionei. Que filme triste, mas bonito e cheio de sensibilidade. O ministro de defesa de Israel e sua mulher passam a morar numa casa que fica na fronteira de Israel, bem em frente à casa muito simples e cercada de um pomar de limoeiros de Salma, uma viúva pobre, palestina e que morava sozinha na terra que herdara do pai. Ela adorava aquelas terras, cuidava dos limoeiros com um amor profundo, dos limões tirava o sustento e deles vinha a sua coragem e a sua vontade de viver. A vida dela vira um inferno quando, teoricamente por medida de segurança - pois um terrorista poderia se esconder no pomar e atacar a família do ministro – o governo de Israel decide destruir o pomar. Ela não se conforma nem com a decisão de desocupação das terras, nem com a indenização oferecida, e, percebendo que a vida dela não teria mais sentido sem os seus limoeiros, contrata um advogado e passa a lutar com unhas e dentes para derrubar a decisão (não conto o final para o filme não perder a graça). O filme começa com Salma preparando uma conserva de rodelas de limão, pimenta e azeite, e em muitos momentos, ela prepara limonada. Não consegui parar de pensar em Salma e nos limoeiros, sonhei com a conserva de limão e com a limonada e acordei pensando numa torta de limão que aprendi a fazer na França. E não deu outra: saí logo cedo, comprei uma dúzia de limões sicilianos, tomei limonada e preparei e comi a torta de limão.

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